quarta-feira, 27 de junho de 2018

Capa, Contracapa e Orelhas

Quando inventamos de nos publicar de forma independente, encontramos barreiras a deixar o nosso trabalho em pé de igualdade com qualquer outro trabalhado comercial. Isto é, portanto, um desafio que nos atinge.

A capa se tornar, entre os vários passos postados anteriormente, um dos principais atrativos a um bom livro. Procure rever sua memória e pense em quantos livros você pegou para ler somente por que lhe atraiu pela capa.

A capa é sem dúvida alguma, a isca que atrai os leitores para o primeiro contato com o seu livro numa livraria física. O mesmo já não pode ser aplicado em sua totalidade aos e-books.

A capa não pode ser algo feito nas coxas e tão pouco algo feito sem esmero como de menor importância. Atente que a capa constitui um complemento essencial a qualquer conteúdo escrito. Por mais que seu texto (o conteúdo interno de seu livro) seja muito bom, pode vir a ser desacreditado pela falta de um mínimo de esmero na confecção de uma capa.

A confecção de uma capa deve obedecer alguns parâmetros:
1º) Coerência: a capa deve explicar bem o conteúdo;
2º) Profissionalismo: a capa deve ser feita por quem entende;
3º) Identidade: a capa deve ter uma identidade definida, fazendo com que ela seja única.

Em muitas capas, até profissionais, existe um descompasso entre ela e o conteúdo interno. Já peguei capas que não faziam o menor sentido quando se lia o conteúdo. O que adianta uma bela capa desconectada do seu interior?

Outras capas, por sua vez, são feitas de qualquer forma, sem esmero técnico. Contrate um profissional de design de capas! Tome cuidado para que sua capa seja única, crie um selo próprio (fictício), não permita que alguém possa ver a sua capa e falar que já tinha visto uma capa super parecida, a não ser que isto seja proposital.

Você encontra profissionais que fazem este serviço aos montes na internet, tem profissionais freelances, agências, etc. No site www.profissionaisdolivro.com.br você encontra boas opções também. Pesquise no google que você encontra muitos. Eu, pessoalmente, tenho mais facilidade de lidar com profissionais fisicamente para ter um melhor resultado. Ultimamente, tenho uma parceria com o design e ilustrador Gustavo Rosa, que é um ótimo profissional e é competentíssimo.

A contracapa, por sua vez, trata-se da primeira folha posterior à capa. Nela aparecem geralmente apenas o título do livro exatamente disposto como na capa, inclusive no mesmo estilo preferencialmente.

As orelhas da capa constituem um espaço destinado a uma sinopse do livro e a dados do autor. Pegue um livro que tenha uma, veja o que fizeram e faça parecido. Não tem segredo. Lembre-se que as orelhas são produzidas juntamente com a capa, fazem parte do mesmo arquivo. Por isto, escreva o texto dela, antes de solicitar a confecção da capa.

Ao fim, terás um bom conjunto da obra: capa, contracapa e orelhas adequadas.

Espero ter ajudado nesta seara. Até o próximo post.

sábado, 9 de junho de 2018

Ficha Catalográfica


Seguindo a série de postagens relativas à orientação destinada a escritores independentes e novatos, segue o 4º passo.

A Ficha Catalográfica é item obrigatório pela lei brasileira (lei nº 10753/2003, art. 6º) na publicação de um livro, seja impresso ou digital, no qual determina a sua colocação em uma das páginas do miolo, geralmente na 4º página.

Para efeito, recomendo que sempre que possível solicite sua ficha junto à CBL ou ao SNEL ou procure um biblioteconomista. Caso não o posso fazer dado os custos estas informações o ajudarão.

O QUE É?

A Ficha Catalográfica é uma ficha orientadora de conteúdo da obra, bem como de suas características. Surgiu na necessidade de classificação de livros nas bibliotecas.

Ela é denominada nos livros de "catalogação na fonte ou publicação", porque é feita pelos publicadores. Ela será seguida pelas bibliotecas onde os livros estiverem dispostos.

COMO É?

Ela é padronizada como um retângulo de 7,5 cm de altura por 12,5 cm de largura. Veja como:


A linha cinza não existe na impressão, é apenas uma linha mestre para obedecer o padrão de feitura da ficha.

O item tachado em amarelo identifica a notação do autor (autor, cód. da obra e título). O item tachado de azul identifica o título da obra, o verde identifica a quantidade de páginas, o vermelho o ISBN, o lilás identifica a forma primária de entrada na busca da obra, no caso, pelo Título. O tachado em cinza indica os códigos CDD e CDU que categorizam a obra.

COMO FAZER?

Reúno aqui informações básicas de como o próprio autor pode fazer sua ficha catalográfica, economizando os R$ 120,00 que a Câmara Brasileira do Livro cobra para fazê-lo a não-associados.

Vou exemplificar partindo de um livro de ficção nacional de forma bem simples, cujas informações são meramente fictícias.

Algumas informações são necessárias para fazer uma ficha catalográfica:
1- Título e sub-título (se houver) da Obra;
2- Autor da Obra;
3- Quantidade final de páginas da obra;
4- ISBN;
5- Assunto da Obra;
6- Ano e Cidade de Publicação;
7- Editora de Publicação (nesta caso, sem editora).

Vamos às informações práticas do exemplo:
Título: O Dragão de Tantriun: Na porta do Inferno
Autor: Gustavo Mello Arruda
Páginas: 234
ISBN: 978-85-444-0835-7
Assunto: Ficção, Ficção Nacional, Romance, Romance Nacional
Ano e Cidade de Publicação: Belo Horizonte, 2013.

Assim, o exemplo fica da seguinte forma:


Onde:

A773d - é formado pela inicial do último sobrenome em maiúsculo + cód. Cutter Sanbon (gerar código aqui) que é um código que representa as 3 primeiras letras do último sobrenome do autor + a primeira letra do título em minúsculo (ressaltar que não se conta os artigos iniciais dos títulos).

CDD - Código de assunto da Biblioteca Nacional (encontrado aqui).

CDU - Classificação Decimal Universal (encontrado aqui).

Bem, espero ter podido auxiliá-los nesta seara que é a autopublicação. Qualquer dúvida é só enviar e-mail.

Até a próxima!

quinta-feira, 7 de junho de 2018

ISBN - International Standard Book Number


Continuando a série de 8 passos para escritores independentes e novatos, apresento o 3º passo.

O International Standard Book Number, mais conhecido por sua sigla, ISBN é um código padronizado adotado em boa parte no mundo para a publicação de livros.

Para cada livro, bem como para a diferenciação de material que mude a característica do livro, haverá uma ISBN diferente. Se um livro possui 200 páginas, sendo a 1ª edição, publicado em 4 versões (capadura, brochura, espiral e e-book) todas com o mesmo tamanho (A5), teremos um ISBN para cada uma das versões.

O ISBN é composto por 13 dígitos, sendo que é segmentado, cada um dos segmentos representa uma informação característica do livro. Veja como:



1º segmento) Prefixo EAN - identifica no código de barras que se trata de um livro (978);

2º segmento) Grupo - código relativo ao país onde a obra foi editada (no caso do Brasil é 85);

3º segmento) Editor - código relativo ao editor da obra (333 que é específico de um editor no Brasil inteiro);

4º segmento) Título - código que identifica o título da obra (0400);

5º segmento) Dígito - código apenas de verificação (5).


É OBRIGATÓRIO?

Sim. O ISBN, segundo a lei brasileira, é obrigatório para publicações de livros impressos ou digitais.

ONDE CONSIGO UM?

O ISBN, no Brasil, pode ser solicitado à Agência Brasileira do ISBN ligada à Biblioteca Nacional - BN, mediante o pagamento via boleto de uma taxa de R$ 15,00 sem código de barras e/ou R$ 40,00 com código de barras incluso.

Para solicitar basta ser cadastrado como editor. Para se cadastrar como editor pessoa física (o nosso caso como escritor independente) é necessário realizar um cadastro para a referida agência pelo site da agência (http://www.isbn.bn.br/website/) e pagar a taxa de R$ 220,00 via boleto o que ocorre uma única vez. As instruções de como fazer estão no próprio site. Não é difícil, eu fiz e deu certo.

Sem ser editor não poderás solicitar quaisquer ISBN no Brasil.

Dúvidas de como proceder que vierem a surgir é só entrar em contato pelo e-mail no menu lateral.

Até a próxima!

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Revisão Gramatical e Ortográfica


Na sequência de postagens relativas aos 8 passos descritos como orientadores para autores independentes e/ou novatos, segue hoje o passo segundo.

Após a leitura crítica, este passo é crucial para apurar o texto até agora construído. Todo o trabalho, caro escritor, realizado até agora em seu editor de texto (word) deve ser submetido a uma rigorosa revisão com intuito de encontrar erros gramaticais (concordâncias, semântica, morfossintaxe, etc.) e ortográfico (principalmente os relativos à nova ortografia).

A revisão gramatical e ortográfica podem ser definidas como sendo: autorrevisão, primeira-prova e profissional.

AUTORREVISÃO

A autorrevisão ortográfica e gramatical é feita pelo próprio autor e é a primeira.

Lembre-se que o seu texto passou por uma leitura crítica, recebeu algum tipo de modificação. Então precisa ser revisto novamente para retirar erros. Mas, agora o trabalho é mais simples e se concentra nas modificações.

PRIMEIRA-PROVA

É aquela feita posterior à revisão por um leitor amigo, parente, conhecido, sem pretensão de exatidão.

PROFISSIONAL

É a revisão gramatical e ortográfica feita por um profissional com formação em letras e/ou especialização em revisão textual. É uma revisão mais apurada.

Onde se encontra um profissional destes?

A internet está repleta de pessoas que oferecem seus serviços. A própria Clube de Autores possui em sua página de profissionais uma série deles.

Quanto custa?

O valor cobrado varia de R$ 2,00 a $10,00 por lauda, ou seja, quanto maior for o número de laudas, mas caro ficará para realizar o serviço.

A contratação de um serviço de revisão não é obrigatório, mas recomendável. Um texto bem apresentado, sem erros gramaticais e ortográficos visíveis dará uma caráter profissional ao livro, de forma que, a história ali contada será melhor compreendida pelo leitor.

Espero que tenha ajudado.

Até a próxima!

terça-feira, 5 de junho de 2018

Leitura Crítica


No post anterior tratei de 8 passos orientadores a escritores independentes ou novatos. Nos próximos 8 posts tratei de cada um dos passos ali apresentados de maneira mais completa.

Neste, portanto, tratarei do 1º passo, a Leitura Crítica.

Lembrando que o pressuposto até aqui padronizado é de que o escritor já tenha seu texto (sua obra) finalizado aos seus olhos, revisado ao menos 3 vezes por ele mesmo.

O que é Leitura Crítica?

É uma análise que é feita, neste caso, da obra literária com objetivo de verificar vários aspectos relacionados aos texto, orientando o escritor, se necessário, a alterar partes do texto.

A leitura crítica deve ser vista não como uma atestado de que o texto está bom ou ruim, mas como ponto de partida para que o próprio autor possa observar as orientações e sugestões, e olhar com outros olhos a sua própria criação.

Por que é importante fazer uma Leitura Crítica?

Primeiramente, por que exprimirá a opinião de um terceiro não envolvido na obra.

Em segundo lugar, por que o profissional que realiza esta tarefa é por força alguém que concatena várias visões da obra, desde a intenção original do autor, a forma como a história está sendo contada, se a linguagem utilizada está de acordo com o público-alvo, além de várias outras questões. Inclusive, algumas editoras a exigem para aceitação do original.

É importante ressaltar também que a leitura crítica é algo subjetivo, pois depende das habilidades e da forma de pensar do profissional. Portanto, seu relatório deve ser tomado como sugestões e não como obrigações.

Que critérios são utilizados na Leitura Crítica?

Cada profissional tem parâmetros e modos diferenciados, mas no geral pode-se estabelecer os seguintes critérios:

1) Coesão - verifica se há integração entre parágrafos, capítulos e tramas. As vezes, o escritor não acaba amarrando bem as partes do texto com o todo, um capítulo pode discordar do outro, entre muitos outros erros que podem acontecer;

2) Consistência - verifica se o texto no todo está afinado com a voz narrativa (1ª ou 3ª), mesmo quando o autor trabalha com a intercalação de vozes;

3) Concisão - avalia a qualidade de narrar a história de forma sucinta, sem pecar pelo excesso de detalhas, de contar a história de forma envolvente;

4) Clareza - analisa se a mensagem transmitida pelo autor é feita de forma eficiente, isto é, de maneira que seja claro e simples ler o texto. As vezes, o excesso de erudição prejudica a leitura, forçando o leitor a ficar com o dicionário ao lado e internet ligada para verdadeiras traduções. A depender do público-alvo isto é um tiro no pé, tornando a leitura pesada;

5) Cadência - verifica o ritmo do texto, como a história é contada, os ápices e decliveis da trama.

6) Suspensão da Descrença - avalia a capacidade do texto em fazer o leitor aceitar como verdadeiras as premissas ali apresentadas, ainda que sejam pura ficção. Isto é, se o leitor se imerge na obra.

Todos estes critérios gerais juntamente com os específicos de cada profissional se acumulam no Laudo de Leitura Crítica, que nada mais é do que o relatório final produzido pelo leitor crítico.

Para o profissional o trabalho é difícil, pois o texto é analisado minuciosamente para cada um dos critérios que ele adote.

Quanto custa?

O profissional de Leitura Crítica cobra por lauda. Uma lauda possui 1250 caracteres contando os espaços. Quanto maior e mais complexo for o seu texto escrito, mas caro ele fica.

O valor por lauda deve variar entre R$ 2,00 e R$ 8,00. No meu caso, quando o cliente já é conhecido faço preço fechado pela quantidade de laudas, podendo cair o valor por lauda para até R$ 0,50 dependendo da complexidade.

Quanto tempo demora?

Cada profissional estabelece um prazo para si, pois cada um sabe seu ritmo.

No meu caso, a depender da complexidade do texto (muito baixo, baixo, médio, alto ou muito alto) e da quantidade de laudas, pode variar de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias corridos.

Como deve estar o meu texto original?

Para o leitor crítico a exigência feita para remeter o texto para análise, além do pagamento, é que deve estar digitado em formato .doc ou .docx, em fonte Times New Roman ou Arial em tamanho 12 com espaçamento 1,5.

Na primeira página deve conter: o nome da obra, autor, publico-alvo a ser atingido, tipo de literatura (romance, prosa, técnico, etc.), tudo aquilo que o profissional e/ou o autor considerem informação importante sobre seu texto.

É importante ressaltar também que cada leitor crítico possui especialidade em um ou alguns tipos de literaturas específicas. Eu, por exemplo, me envolvi apenas com romances e ficções, estando mais preparado para leitura crítica de originais desta natureza.


Espero que as informações tenham sido úteis.

Até a próxima!

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Orientação a Escritores Independentes


"Muitas pessoas querem escrever um livro, muitas conseguem escrever um, algumas conseguem publicá-lo, poucas conseguem vendê-lo."

Escrever é uma arte, mas também é uma técnica. Alguém com um história boa não necessariamente irá escrever um bom livro. Tudo vai depender de como o texto vai ser trabalhado e apresentado ao leitor.

Uma vez que a obra esteja pronta, o autor chegou a conclusão que aquela obra estava acabada, temos agora questões técnicas a resolver. E isto é o que tem deixado muitos escritores na dúvida. O que fazer agora?

Apresento neste post, sem querer ser pretensioso, algumas orientações (passos) logicamente dispostas de forma a tirar do seu texto escrito (sua obra) o que de melhor ele contenha, apresenta-lo e publicá-lo ao leitor final.

1º) LEITURA CRÍTICA

O seu texto (sua obra) já está escrito e aos teus olhos terminado. Por questão de precaução e de melhorar a forma como o texto é apresentado recomenda-se, e é bom que se faça, a Leitura Crítica do que você escreveu.

Quem faz a leitura crítica? É importante ressaltar que a leitura não pode e não deveria ser feita por você, seus amigos ou seus parentes próximos, a risco de torná-la inócua agradando mais ao escritor e contendo menos críticas de melhoras do texto.

A recomendação é que se peça a um conhecido ou um outro escritor com o qual não mantenha laços fortes de amizade para fazê-la. Tenho que ressalvar também que existem alguns amigos e parentes que fazem leituras críticas muito bem feitas, porque conseguem separar bem as duas coisas.

Existe também a possibilidade de contratação de um profissional especializado, mas isto é para aqueles que possuírem disposição financeira para tal. Na internet encontrarás um punhado deles que cobram uma certa quantia por lauda (uma lauda contem 1250 caracteres contando os espaços), não é por páginas, mas pela quantidade do que foi escrito realmente.

Para saber quantas laudas o teu texto possui basta ir no seu editor de texto e o programa informa em um dos seus comandos a quantidade de caracteres, com este valor em mãos basta dividí-lo por 1250 e você terá o número de laudas, e, por consequência, estimará o preço total.

2º) REVISÃO GRAMATICAL E ORTOGRÁFICA

Por mais que o autor seja conhecedor da língua portuguesa é recomendado a feitura de uma revisão gramatical e ortográfica. Uma espécie de pente fino para retirar os possíveis erros não percebidos até aquele momento, de forma a deixar o texto devidamente bem apresentado sob esta ótica.

O ideal é que isto seja feito por terceiros, que pode ser um profissional especializado (recomendado) ou um conhecido ou amigo, que possua as habilidades técnicas exigidas para tal (preferencialmente com formação em letras e/ou especialização em revisão de textos).

Na internet você encontrará uma gama de profissionais oferecendo este tipo de serviço, que como no caso anterior é cobrado por lauda.

3º) ISBN (INTERNATIONAL STANDARD BOOK NUMBER)

Pronto, sua obra está bem regulada e revisada até este passo.

É preciso, agora, solicitar o ISBN (obrigatório pela lei mesmo para e-books) junto com o código de barras (este segundo, a título de recomendação). Exige-se que o solicitante seja editor cadastrado junto à Agência Brasileira do ISBN da Biblioteca Nacional - BN.

Os autores independentes no caso costumam ser cadastrados, pois eles mesmos solicitam seu ISBN. Se você ainda não for cadastrado, ensino em outro post como fazê-lo.

Os valores atuais para solicitação são: R$ 12,00 (ISBN) e R$ 22,00 (Cód. de Barras).

É importante ressaltar que o ISBN é válido apenas para uma obra (com edição, forma e plataforma de publicação específicas). Por exemplo, a obra publicada exigirá um ISBN para cada tipo de livro e plataforma, ou seja, para e-book, para livro impresso em tamanho A5, A4, Pocket, capas diferente, etc. Cada um terá um ISBN diferente.

4º) FICHA CATALOGRÁFICA

Este item é também obrigatório segundo a lei brasileira.

Ela pode ser feita por qualquer bibliotecário, bem como pela Câmara Brasileira do Livro que cobra R$ 100,00 para não-associados.

O próprio autor também pode fazê-lo e ensinarei em um dos posts futuros.

5º) CAPA, CONTRACAPA E ORELHAS

Este item é essencial para a produção de um livro com caráter profissional. Uma boa capa é o chamariz do leitor. A capa atrai o leitor para o conteúdo, isto é, a capa traz o leitor e o resto o manterá lendo.

O autor comumente não terá as habilidades técnicas para produção de uma boa capa (no pacote vem junto a contracapa e as orelhas geralmente). Um bom designer irá deixar a identidade visual de seu livro muito mais atraente, afinal os olhos são as partes mais sensíveis de um leitor.

De todos os passos até agora, o profissional exigido aqui é o que há de mais abundante na internet. O próprio clube de autores tem um site com várias ofertas nesta área.

Principalmente ao livro de romance e ficção, uma boa capa é essencial.

6º) DIAGRAMAÇÃO

Esta etapa também é crucial para que seu livro tenha algum nível de sucesso. Enquanto a capa atrai o leitor, o texto bem diagramado faz a atração intermediária com o conteúdo.

Um texto bem disposto e com cara de profissional, não fará seu leitor desistir de comprar ou ler antes mesmo de ver o conteúdo do livro.

Quando começo a ver as primeiras páginas de um livro, com um boa capa, e vejo uma diagramação caseira, mal feita, não se tem vontade de continuar lendo.

Um texto mal disposto, com capítulos mal distribuídos, parágrafos despadronizados com fontes desinformes, enterra o conteúdo.

No Clube de Autores, infelizmente, a maioria dos livros ali expostos se enquadram nesta forma em alguns ou muitos detratores do conteúdo. É preciso investir nisto, não precisa ser uma diagramação muito rebuscada, pode ser simples, mas padronizada, bem distribuída e minimamente atrativa aos olhos.

Tal como os designers, os diagramadores estão bem distribuídos na internet. A diagramação é cobrada de acordo com o número de laudas também.

Ensinarei a fazer diagramações profissionais símplices em posts futuros com software profissional, o mesmo utilizado pelas editores e gráficas, facilitando inclusive a impressão off-set de livros, caso o escritor opte por esta modalidade.

7º) PUBLICAÇÃO

A obra que você escreveu está pronta para ser publicada, após todos os passos anteriores.

Neste blog foco na plataforma de publicação on-demand da Clube de Autores, por isto, recomendo a publicação por ela, mas não deixo de informar os prós e contras principais que esta plataforma possui.

a) Prós - Não onera o escritor, vende e distribui a obra por meios on-line, margem financeira de direito autoral flexível, impressão flexível.

b) Contras - Custo alto de produção, não distribui a obra para meios físicos, pouco suporte para instrução do escritor.

O escritor independente também pode optar por publicar em off-set contratando um gráfica para feitura de uma dada tiragem. A vantagem deste modelo é que o custo unitário total de cada livro fica muito mais baixo que na publica do Clube de Autores, porém requer do escritor o desembolso de uma certa quantia. A desvantagem principal é que o próprio escritor terá que desencalhar todo os estoque de livros.

Pela gráfica, por exemplo, para uma tiragem de 1.000 exemplares de um livro com 200 páginas de miolo preto e branco em papel polén soft 90g/m (papel amarelado), com capa com orelhas em verniz com BOPP (similar ao que há de melhor feito pelas editores) no tamanho A5, o valor varia entre 3 a 4 mil reais dependendo da gráfica. Fiz um orçamento e me cobraram R$ 3.500,00 recentemente. Isto gerará um custo total unitário, segundo meus cálculos, considerando todos os passos aqui apresentados de R$ 5,75 por exemplar, o que poderia ser vendido ao final entre R$ 20,00 e R$ 30,00.

Se compararmos com o Clube de Autores o valor é surpreendemente baixo, mas a maioria não dispõe de recursos para investir 5 ou 6 mil reais na produção de um livro.

8º) REGISTRO E AVERBAÇÃO, DEPÓSITO LEGAL

Para finalizar todos os passos, agora que seu livro está prontinho, disponível para venda, deve encaminhar 2 exemplares para o Escritório de Direitos Autorais - EDA da BN na forma exigida.

Um exemplar será para registro e averbação e o outro para depósito legal que é obrigatório segundo a lei, devendo ser feito até 30 (trinta) dias após a publicação, sob pena de multa.

Também publicarei post futuro a respeito disto de forma detalhada.

Espero que estes passos possam ajudar a você, escritor independente, a melhorar a qualidade dos teus livros. E para você que é novato nesta área, fica a dica.

Até a próxima!

domingo, 3 de junho de 2018

O Livro e a Lei


Ao contrário do que muita gente pensa, existem leis no Brasil que tratam da questão do livro em suas multiformes facetas. Neste post me dedicarei a tratar das 3 leis diretas que rezam sobre o assunto (livro), a saber, as leis 9.610/1998, 10.753/2003 e 10.994/2004, de forma a demonstrar os aspectos que considero importantes ao autor independente ter ciência.

Lei nº. 9.610/1998 - Dispõe sobre os Direitos Autorais (clique para ter acesso ao texto integral)

Esta lei versa sobre os direitos autorais de vários tipos de obras entre elas o de autor de obra literária, o que no caso nos inclui.

Entre muitas coisas ali expressas, o que considero de grande importância é a parte que estabelece o registro da obra junto ao Escritório de Direitos Autorais - EDA ligado à Biblioteca Nacional - BN.

Apesar deste registro não ser obrigatório (apenas opcional), não interferindo sobre o direito inalienável do autor, é recomendável que sua obra literária seja registrada junto ao EDA. O custo disto para pessoa física não é alto, pela tabela de valores atuais, a taxa de registro e averbação para cada obra fica em R$ 20,00. Em outra postagem detalharei quais os procedimentos e cuidados para realização do registro.

O mais importante neste caso é saber que uma obra literária registrada junto ao EDA recebe um certificado que garante ao autor a confiabilidade estatal, vinculando a obra e seu autor, de forma a evitar possíveis disputadas de autoria por meio judicial, e até mesmo, para lhe garantir cobranças de seus direitos de maneira mais célere.

Lei nº. 10.753/2003 - Lei do Livro (clique para ter acesso ao texto integral)

A chamada Lei do Livro estabelece a política nacional do livro por parte do Estado Brasileiro.

É estabelecido aqui 2 obrigatoriedades na confecção e/ou venda de livros no Brasil:

1ª) Todo livro tem que possuir impresso em si mesmo o ISBN (International Standard Book Number), mesmo para publicações digitais;

2ª) Todo livro tem que possuir impresso em si mesmo a Ficha Catalográfica.

E ambas devem estar impressas na 4ª capa (página 4) do livro.

Lei nº. 10.994/2004 - Dispõe sobre o Depósito Legal (clique para ter acesso ao texto integral)

Esta lei estabelece o Depósito Legal Federal obrigatório para obras literárias principalmente.

É importante salientar que pela lei, não fazer o depósito legal junto a BN é uma infração punível com multa equivalente a 100 vezes o valor de mercado da obra.

O depósito legal consiste em remeter à BN um ou mais exemplares da obra em até 30 dias após a publicação para ser guardado para perpetuação da cultura nacional.

As editoras fazem isto automaticamente porque já estão habituadas com tal procedimento, porém os escritores independentes nem sempre estão cientes de suas obrigações quando editam um livro ainda que para proveito próprio.

Todos os procedimentos obrigatórios aqui apresentados serão por mim tratados no momento apropriado.

Até a próxima!

sábado, 2 de junho de 2018

Um bom livro


Quando se pensa em livro, vem a memória um objeto repleto de folhas de papel com uma capa produzida ou não, com algo escrito dentro.

Essa ideia, por sua vez, traz consigo alguns problemas ao autor independente, que podem ir da má edição de um bom conteúdo por ele produzido até um descompasso entre o conteúdo e o objeto mostrado ao leitor.

Eu sou um entusiasta das plataformas de publicação on-demand, como é o caso da brasileira Clube de Autores, mas ao observar vários títulos ali expostos, percebi que de 100 oferecidos, pouco menos de 15% já inauguraram as vendas, e destes, sabe-se lá quantos foram adquiridos pelo próprio autor. Isto implica que boa parte do conteúdo ali apresentado não é vendável à maioria dos leitores.

Procurei então analisar uma amostra de livros expostos por meio da visualização das páginas disponíveis para apreciação do conteúdo, procurando resposta a um provável insucesso das obras. Nesta pesquisa comecei a notar um padrão comportamental com relação a edição do conteúdo desejado.

Alguns autores se preocuparam em providenciar uma capa bem produzida, mas a maioria não se preocupou com isto. Porém, estes mesmos autores que acertaram nas capas, erraram feio na diagramação caseira de suas obras, quando o certo é terem investido em diagramação profissional do texto.

É sensível que muitos autores independentes arrolados no Clube de Autores queiram apenas ter o prazer de ter uma obra sua publicada, porém creio que até para isto exige-se um mínimo de qualidade e preocupação.

Obviamente o custo de se produzir um trabalho em qualidade mínima é mais alto, porém creio que o resultado seja compensatório. Todo verdadeiro escritor sonha em ter seus livros em pratilheiras das livrarias físicas e onlines de todo o país, porém sem profissionalismo existem parcas ou nenhuma possibilidade de que isto venha a acontecer.

Decidi, portanto, com este blog, tentar transmitir os conhecimentos que possuo sobre o assunto, de maneira a ajudar os demais autores independentes que não possuem muita habilidade com os aspectos técnicos da edição de um livro.

Ao longo de cada postagem procurarei criar uma série que torne claro os passos e o que deve ser feito para alcançar um nível profissional de edição de uma obra.

Abraços e até a próxima!